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“Entrevista com o Diabo” é um filme que, desde o princípio, te envolve por sua proposta intrigante: um talk show dos anos 70, à beira da falência, decide realizar algo ousado e controverso — trazer o próprio Diabo como convidado para uma entrevista ao vivo, através da possessão de uma jovem. A premissa é tão bizarra quanto fascinante, e o filme entrega essa tensão de maneira única, com uma atmosfera claustrofóbica e cheia de camadas.

O cenário é um ponto forte. Todo o desenrolar acontece no palco e nos bastidores do talk show, sem perder o ritmo. É uma abordagem bem focada, quase teatral, e isso permite que a tensão entre os personagens se intensifique. O apresentador, com traços narcisistas, rouba a cena ao exibir uma ambição perigosa, disposto a tudo para salvar o programa.

O filme também se destaca ao apresentar personagens com perspectivas filosóficas e religiosas distintas, o que adiciona uma dinâmica interessante ao debate em torno da possessão demoníaca. Vale ressaltar como o contraste entre o cético e o místico é bem construído, e como a cena onde o cético se ajoelha diante da evidência do mal é particularmente impactante.

🚨 SPOILER 🚨

Porém, nem tudo é perfeito. O ponto mais fraco foi o trabalho visual no momento em que o demônio se revela. A explosão de luz que sai da garota soou exagerada e um tanto destoante da atmosfera mais realista e sombria que o filme construiu até então. Esse detalhe visual comprometeu um pouco a imersão, o que acabou tirando alguns pontos na avaliação final.

Apesar desse tropeço, o filme tem cenas que surpreendem e te fazem questionar quem realmente está no controle da situação. A virada na história, que ocorre durante uma transição para os comerciais, muda completamente o tom e aumenta a intensidade, com a possessão ganhando força e dominando o programa. A partir daí, o filme te prende com momentos de puro suspense.

No geral, “Entrevista com o Diabo” é um filme de terror original e envolvente, que te faz refletir sobre a busca humana por respostas sobre o sobrenatural. A dinâmica de palco, o jogo de poder entre os personagens e o final surpreendente garantem uma experiência intensa. Nossa nota final? 4 de 5 xícaras de café. Se não fosse pelo deslize visual, estaria bem perto da perfeição.

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